A proposta Leiamos aposta na promoção precoce do sucesso na aprendizagem da leitura.
A intervenção Leiamos é dirigida a todas as crianças a frequentar a Educação Pré-Escolar (EPE) e o 1.º Ciclo do Ensino Básico.
A investigação recente aponta as dificuldades persistentes na aprendizagem da leitura e da escrita como fator de risco para a motivação na escola, para as aprendizagens escolares e para a autoestima das crianças.
A intervenção precoce
é a resposta mais consensual para fazer face às dificuldades de aprendizagem.
A intervenção precoce pode ter um objetivo ainda mais ambicioso, no sentido de prevenir que a criança experiencie dificuldades de aprendizagem, surgindo
assim a expressão “em risco” (de experienciar dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita), com base nos mais fortes preditores de dificuldades: a consciência fonémica e o conhecimento das relações letra-som.
Foco nas
competências mais fortemente correlacionadas com o sucesso na aprendizagem da leitura.
O impacto da promoção da consciência fonémica entre as crianças a frequentar o último ano do pré-escolar concretiza-se na diminuição em 50% das crianças "em risco".
Crianças "em risco" são aquelas que, ao início do 1º ano, apresentam
resultados ao nível das competências pré-leitoras fortemente associados a uma trajetória futura de dificuldades de aprendizagem da leitura.
FONTE: https://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=128831&langid=1
A intervenção sistematizada com crianças em risco, focada nas competências mais fortemente associadas à aprendizagem da leitura, é uma aposta com resultados comprovados.
Crianças que iniciaram o 1º ano com forte probabilidade
de virem a experienciar dificuldades foram divididas entre grupo de intervenção e grupo comparativo. Em ambos os casos as crianças acompanharam, na sala de aula, os conteúdos previstos ao nível do 1º ano. As crianças do grupo de intervenção
beneficiaram, adicionalmente, de intervenção sistematizada ao nível das competências pré-leitoras e leitoras.
Todas as crianças foram avaliadas no início e no final do 1º ano, com tarefas de avaliação de leitura com resultados
de referência para a população portuguesa.
No final do 1º ano as crianças do grupo de intervenção não apenas apresentam uma curva pronunciada nas competências leitoras, como exibem um desempenho acima do valor crítico nas
competências de leitura, em contraste com as crianças do grupo comparativo, cujos resultados ficaram abaixo do valor crítico.
FONTE: https://www.frontiersin.org
O primeiro impacto da Pandemia foi muito acentuado na aprendizagem, muito em especial nos primeiros anos de escolaridade, e mais agravadamente entre as crianças com pouca retaguarda familiar.
Em 2020/21 mais de 25% das crianças
avaliadas no início do 2.º ano de escolaridade revelava um nível de leitura “muito pobre”. Era a consequência de quase quatro meses de suspensão das aulas, devido à pandemia.
Os resultados revelaram ainda que as crianças de
contextos economicamente desfavorecidos foram as mais penalizadas. Se entre os alunos do 2.º ano provenientes de contextos não desfavorecidos havia 22% no nível de leitura “muito pobre”, entre as crianças de famílias carenciadas o
valor era dez pontos percentuais superior.
FONTE: https://www.publico.pt/